O que faz você amar sorvete e milk-shake é a textura da gordura
Uma área do cérebro ligada ao sistema de recompensa é ativada pela sensação de cremosidade
Muito além do sabor, as percepções físicas que os alimentos geram podem moldar nossas escolhas.
E a textura é decisiva nesse sentido: é através dela que conseguimos distinguir um bife suculento de seco, um cheesecake cremoso de um quebradiço ou uma maçã crocante de uma murcha.
Mas sabia que existe uma área do cérebro que fica extremamente ativa quando comemos alimentos ricos em gordura e dotados daquela sensação de desmanchar na boca, como milk-shakes e sorvetes?
Foi o que descobriu um experimento liderado pela Universidade de Oxford, na Inglaterra. No estudo, 22 voluntários provaram milk-shakes com diferentes texturas, preparados com diversos teores de gordura e açúcar. Enquanto isso, o cérebro deles foi mapeado por exames de imagem.
Os resultados dessa varredura revelaram que uma região chamada córtex orbitofrontal (OFC), essencial para o processamento de recompensas, ficava a milhão quando eram consumidos os preparos mais gordurosos.
Segundo os autores da pesquisa, a percepção de oleosidade combinada com a fricção deslizante do alimento cremoso responderia pelas preferências por itens gordurosos.
Prova de que, sim, a textura pode fazer a gente exagerar na dose.
Isso só vale para doces?
Não! A passagem de um alimento pela boca é uma experiência sensorial que envolve a interação de toque, sabor e cheiro, e não depende só do açúcar.
Em uma extensão do estudo, os participantes foram convidados a comer diferentes tipos de curry. A narrativa se repetiu: quanto mais gordurosos e cremosos, maior a ativação cerebral.
Fonte: Saúde Abril